
Exercícios na meia idade: comece!
(traduzido livremente por mim do New York Times)
Um novo estudo traz esperança e encoraja adultos que de alguma forma negligenciaram a atividade física nas últimas décadas. Diz que tornar-se fisicamente ativo na meia idade, mesmo para alguém que tenha sido sedentário por anos a fio, reduz substancialmente a possibilidade de vir a adoecer seriamente ou ficar fisicamente incapacitado na aposentadoria.
O novo estudo é uma das inúmeras pesquisas dedicadas a examinar o envelhecimento bem sucedido (“successful aging”), um tópico com um considerável interesse científico, já que as populações dos Estados Unidos e da Europa (e no Brasil a partir de 2030), estão envelhecendo. E junto com elas, muitos cientistas. Em pesquisa, o termo “envelhecimento bem sucedido” significa muito mais que simplesmente estar vivo, o que é o requisito óbvio e básico. O envelhecimento bem sucedido envolve uma debilidade mínima após a idade de 65 anos, com pouca ou nenhuma séria doença crônica diagnosticada, depressão, declínio cognitivo ou problemas de locomoção que impediriam alguém de viver independentemente.
Estudos epidemiológicos detectaram que vários fatores já esperados contribuem para o envelhecimento bem sucedido. Nunca ter fumado, ter consumido álcool moderadamente e, por mais que seja injusto, ter dinheiro. Pessoas com mais recursos econômicos tendem a desenvolver menos problemas de saúde na meia idade, do que pessoas não tão bem de vida.
Mas ser fisicamente ativo durante a fase adulta é particularmente importante. Num estudo em grande escala publicado no ano passado, com mais de 12.000 homens australianos entre 65 e 83 anos, aqueles que praticavam exercícios por mais ou menos 30 minutos, 5 vezes por semana, estavam muito mais saudáveis e menos suscetíveis a morrer 11 anos após o início do estudo, que aqueles que eram sedentários. Mesmo quando os pesquisadores ajustaram os hábitos de fumar, educação, índice de massa corpórea e outras variáveis.
Outro estudo da University College London em conjunto com outras instituições pesquisou e observou de perto os hábitos de milhares de cidadãos ingleses, sobre como eles comiam, se exercitavam, se sentiam e de modo geral, como viviam, por décadas. Para o estudo, os cientistas isolaram 3.454 respondentes saudáveis, homens e mulheres entre 55 e 73 anos que informaram seus hábitos durante 8 anos.
Os pesquisadores dividiram os respondentes entre fisicamente ativos e não ativos. Por “ativo” o generoso estudo entendia que 1 hora por semana de atividades moderadas ou vigorosas bastavam. Dançar, lavar o carro, caminhar, cuidar do jardim 1 vez por semana já qualificava como “ativo”.
Oito anos depois que o estudo começou, o resultado mostrou que os respondentes que tinham sido e continuaram a ser fisicamente ativos, envelheceram melhor, com menor incidência das doenças crônicas, perda de memória ou incapacidade física. Mas a grande notícia é que aqueles que eram sedentários e começaram a se tornar ativos apenas na meia idade, também envelheceram com sucesso. Os exercícios na meia idade tiveram o efeito de reduzir em 7 vezes o risco de se tornarem doentes ou inválidos após 8 anos, comparados com aqueles que se conservaram ou se tornaram sedentários. Mesmo levando em conta o tabagismo e outros fatores.
Esses resultados reafirmam tanto a ciência como o senso comum. Os pesquisadores concluíram que “a redução da mortalidade associada ao aumento da atividade física foi similar àquela associada com o parar de fumar.”
Mas neste estudo, os voluntários não simplesmente viveram mais; eles viveram melhor que seus pares não ativos fisicamente, o que não deixa nenhum argumento para nós vivendo nossa meia idade. “Construa atividade no seu dia-a-dia. Ou, em termos concretos, se você ainda não dança, dance, lave seu carro e se seus talentos lhe permitem (os meus não), combine os dois, diz o Dr. Hamer.
NOTAS:
1. Neste mês de março completo 60 anos. Faço Pilates 2 vezes por semana há 10 anos. Torço para estar encaixada nos estudos!
2. Original: Exercise to Age Well, Whatever Your Age, escrito por Gretchen Reynolds, janeiro 29, 2014. http://mobile.nytimes.com/blogs/well/2014/01/29/exercise-to-age-well-regardless-of-age/?smid=tw-nytimes
3. Imagem: ON FEINGERSH/GETTY IMAGES